Estava olhando para a paisagem, a versatilidade da natureza, o canto dos pássaros pairando sobre minha cabeça, a natureza estava ao meu redor e eu ao redor dela. Creio que tudo estava perfeito, pessoas andavam sem rumo, sendo guiados pela rotina de suas vidas controladas e moribundas, adfundados em uma sociedade de preconceitos e presunções, uma sociedade em que a imagem fala mais alto.
Mas quem se importa com isso quando se tem tudo isso ao seu redor? A beleza me tragava e eu me sentia cada vez mais dopado por essa imensa criação e estava quase em um momento de transe, até que ela veio.
Sem avisar, o céu que antes estava limpo e brilhante, se enegreceu, a chuva apareceu repentinamente e com ela, barulhos de trovões e relâmpagos ao fundo. Aqueles que antes estavam apenas andando sem notar o seu redor, acoradaram mesmo que forçados. Começaram a correr, procurando por algum lugar em que pudessem se refugiar para não serem maltratados pela chuva.
Quanto a mim, apenas ignorei, me lembrei de uma história que havia sido contada quando eu era novo. Dizem que a chuva é uma vontade constante dos céus de se comemorar e purificar quando se encontra fraca, e de castigar aqueles que se esqueceram do propósito de viver, quando se encontra forte.
Pois então, permaneço eu aqui agora, sendo castigado por essa onda de fúria e ódio, sabendo que a todo instante eu mereço, pois agora é tarde, tarde para perceber que fui tão cego o tempo todo e ignorei a verdadeira vida, então não tenho outra escolha. Hei de ficar aqui, sentado, esperando, murmurando estas palavras enquanto espero que os céus terminem de me castigar.
Já comentei que esse texto me lembra o da Bel, né? Talvez, porém, nao tenha dito que vocês são duas boas surpresas que a vida me deu. Essa troca de incentivo nos leva adiante e eu espero continuar tendo vocês comigo e acompanhando tamanho crescimento. E ah, pretendo escrever um texto também usando chuva como pano de fundo. :)
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