quinta-feira, 27 de maio de 2010

Palavras Vazias

De palavras vazias, novas idéias se formaram; de antecedentes lógicos, irracionais pensamentos brotaram em uma seqüência irreal de momentos que me imaginavam no futuro e me lembravam o passado.

Acordei de modo a sair um sorriso de meu rosto, a memória do doce beijo que havia sido deixado em meu rosto me levou ao leve delírio de querê-lo novamente, era impossível. Sentei-me na cadeira e comecei a me recordar de tudo que passamos juntos. Era fácil, sua memória permanecia viva em minha mente assim como o desejo de voar permanece vivo em cada pessoa.

Seu rosto apareceu para mim, um leve sorriso saia de seus aconchegantes lábios e me eram direcionados. Seria a última vez que eu o veria. Ontem ela partiu e junto dela parte minha se foi. Uma parte que eu não serei capaz de recuperar. Não adianta mais correr atrás dela, ela se foi rumo ao eterno descanso enquanto sou deixado aqui nesse bucólico e impiedoso presente.

Precisava tentar esquecê-la, precisava fazer com que eu não me lembrasse dela, mesmo que isso pudesse me fazer sofrer de modo que eu não pudesse mais suportar. Mas eu precisava não me recordar dela, nem que para isso fosse preciso guardá-la no fundo de minha memória, ou apagá-la de vez.

Mas como seria eu capaz de esquecê-la sendo que nunca ela havia me esquecido? Não creio que eu seja forte o suficiente para tal feito. Preciso de seu sorriso para ser capaz de seguir em frente, por mais difícil que isso possa ser.

Creio que poderei colocá-la no fundo da minha mente, relembrando-a enquanto tento aos poucos seguir em frente para não ficar perdido no tempo. Alguns irão esquecer, falar que eu sou apenas mais um coração de pedra, mas eu sempre sorrirei pelas manhãs com a lembrança de seu doce beijo.

Bloqueio

Tive um bloqueio hoje. Não sabia sobre o que escrever. Fiquei estagnado em um ponto em que tudo que eu tentasse escrever ficava parado em um ponto de modo que, por mais que eu me esforçasse, era incapaz de continuar, de prosseguir.

Por mais que eu tentasse, quanto mais eu corria atrás, mais distante minha criatividade ficava de mim, fugindo e ficávamos em uma corrida sem fim, até eu desistir e descartar tal texto. Percebi que meus esforços eram sempre em vão. Certamente eu não seria mais capaz de criar com o fluxo e a qualidade que eu criava antes, pelo menos não tão cedo.

Mas aprendi minha lição, eu espero. Meu consciente me diz para esperar e seguir com minha vida efêmera e inútil nessa sociedade hipócrita enquanto espero que eu seja capaz desenvolver como antes. Por outro lado, minha emoção fica me dando impulsos eternos para que eu saia escrevendo sem me preocupar com o que acontece em volta, permanecendo em uma busca solene atrás da criação perfeita que me leva a crer que assim eu ficarei mais calmo, tranqüilo comigo mesmo e assim terei a certeza de que, com tal calma, voltarei a ser o que sempre fui, um criador de emoções.

Tenho certeza que esse bloqueio me ajudou, levarei comigo a lição que aqui aprendi, revendo eternamente este texto para assim buscar sempre um motivo para criar, pois o consciente e a emoção me dominam. Funciono no raciocínio e na verdade, enquanto deixo o fluxo de emoções controlar minhas palavras.