quarta-feira, 9 de março de 2011

Meus Parabéns

Minha Cara Amiga,
Peço desculpas por meu atraso. Não posso negar que esta carta deveria ser mostrada dois meses atrás. Porém, não posso negar que devido à minha falta de criatividade e a um certo bloqueio toda vez que eu tentava produzir, eu fui incapaz de escrever-lhe mais cedo.

Antes tarde do que nunca é o que dizem por ai, e como sou um homem de palavra, como prometido lhe escrevo hoje o que deveria ter sido dito dois meses atrás.

Meus parabéns é o mínimo que eu posso dizer, não irei dizer as coisas usuais de sempre apesar de desejá-las a você porque provavelmente minha Cara Amiga, você deve não agüentar mais ouvir isso. Novamente eu lhe peço desculpas por que apesar de me esforçar, eu não consigo criar muito mais que esta humilde carta que sinceramente espero que lhe agrade.

Não sei quantos anos você completara e sinceramente também não interessa muito, o que importa é que você seja feliz e que mantenha sempre esse seu sorriso e essa sua atitude que com certeza faz com que várias pessoas, e eu me incluo nelas, se tornem cada vez mais próximas e com certeza inspiradas por sua tão fantástica e adorada presença.

Meus mais sinceros e infelizmente atrasados parabéns minha Cara Amiga, espero que seja eternamente feliz.

Esperança

Hoje me encontro no meio de uma biblioteca, sentado, isolado, perdido e quem sabe, até mesmo esperançoso. Esperança que aos poucos me corrói e me corrompe, fazendo-me desistir de minha significância mortal e quase levando-me ao delírio de um pobre destino enlouquecido.

Fui capturado e jogado em uma cela perdida no meio do nada. Agora espero ansioso pela liberdade enquanto integro a minha existência à corrente da vida e derivo o meu sonho de um dia poder me soltar destas algemas que prendem meu solitário coração a uma escuridão perdida em um mar de mágoas eternas e mortais. Mágoas que consomem todo e qualquer tipo de felicidade que possa existir em um mundo perdido pela insolência insignificante daquele que um dia achou que poderia livremente caminhar por um mundo repleto de discórdia e destruição, eu.

Vejo-me agora obrigado a pagar pelos meus pecados. Neste mundo que aos poucos tenta se regenerar de todo o caos e sofrimento que por tanto já passara, eu me vejo preso em uma cela, sendo forçado a me confortar em inúteis lembranças de alguém que um dia acreditou que seria possível mudar o mundo com suas tão tolas palavras.

Portanto, deixo-me ser levado por essas longínquas memórias enquanto sinto o fio de minha vida escorrer por meu corpo e aos poucos deito-me em minha cama de palha e recosto minha cabeça em meu travesseiro de pedra, fecho os meus olhos e vejo a imagem da temida se aproximar de mim. Percebo então que minha liberdade finalmente se aproximava de mim e com isso um leve sorriso aparecia em meu rosto.

Não tenho mais objetivo neste mundo, leve-me então, doce morte, pois por meus pecados eu já paguei.